domingo, 29 de junho de 2008

Trilhas Sonoras e Melancolia

Estão presentes nos filmes, nas novelas, nos seriados. Elas se encaixam tão bem com a cena e - quando bem escolhidas - são elas que ajudam a te fazer chorar naquela cena final, a do beijo. E não é novidade pra ninguém: poxa, a vida deveria ter trilha sonora. A minha tem. É uma responsabilidade grande, muito grande, escolher a música certa e eu nunca sei se acertei, só vou saber após os resultados: não que eu consiga fazer alguém chorar ou não enquanto eu não beijo ninguém.

Enfim, a que vivo no momento teve um pedaço postado ontem ainda, durante uma reflexão daquelas que mudam tua vida por alguns minutos. Embora a música toda faça sentido, tem sempre alguma parte mais relevante: "Em cada copo uma vontade de sumir de vez daqui/ Mas se eu voltei pra essa cidade/ Foi atrás de muito tempo que eu perdi/ E cada vez que passa um Cadillac/ Eu fico procurando se é você a dirigir". [O Último Bar]

E aqui estou eu, numa das noites de domingo normais - um pouco menos arrependidas dos que as últimas! - e eu posso prever o futuro: quem vai chorar no final sou eu e mais ninguém. O tempo que eu perdi está perdido, não tenho meios de recuperar, não posso fazer nada. Não adianta com quantas garrafas no fim eu amanhecer, quantos copos eu encher e quantas palavras eu escrever: procuro pelo passado, os Cadillacs estão vazios e as imagens se formam na minha mente pra que eu possa remoer a minha dor, me machucando cada vez mais.

As pessoas nunca me iludiram, nunca me magoaram. Quem faz isso tudo sozinha - e muito bem, diga-se de passagem - sou eu mesma. Adoro me ver no fundo do poço, sempre sou eu quem me atiro pra dentro, porque no fundo eu tenho medo que façam isso comigo. Eu me privo de chegar ao céu e toda vez que resolvo olhar para o outro lado da estrada - onde o movimento é de ida - aparece um novo carro (será um novo Cadillac?), eu vou seguindo ao seu lado feliz e ao mesmo tempo com o coração na mão (já disse, eu tenho meddo) e, então, surge a curva. Adeus carro que não pude distinguir, obrigada por juntar-se ao Cadillac no lado da estrada que dói!



"...o último bar quando fecha de manhã só me lembra que eu não tenho aonde ir..."
eu: "amanhã vou fazer um post sobre isso"
tu: "me dá a merda desse copo"

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"e se eu voltei pra essa cidade foi atrás de muito tempo que eu perdi"

estou em caxias.

domingo, 22 de junho de 2008

Coisas que aprendi a respeito da vida - parte 1

Começa aqui uma série de postagens (eu acho) que eu farei por tempo indeterminado e nos momentos que me der vontade ou certeza do que estou falando.

Eu tenho pouca idade. Muito pouca eu diria, se considerarmos tudo que posso ter pela frente. Mas é relativo, também, pois sou velha se considerarmos a criança que anda de balanço ali fora, que ainda não sabe nem ler o que aqui escrevo. Embora ela não saiba ler, acredito que ela poderia compreender se eu disesse e talvez levar algumas coisas para a sua vida, se ela achasse importante, claro. Aliás, uma das coisas que aprendi na vida é que toda e qualquer pessoa sempre terá algo para nos dizer e acrescentar: a senhora que ajudamos a carregar as compras, a adolescente que engravidou, a mulher que poderia ser nossa mãe, mas é uma viciada em cocaína, que conhecemos no banheiro da festa... Mas, enfim, o veredícto: as pessoas mais interessantes são aquelas que já sofreram muito.

É injusto, me parece injusto! Pessoas que já passaram por tudo, que perderam muita coisa: a família, o noivo, a dignidade, os filhos... mas não perdem nunca o caráter, a simplicidade que sempre vai me encantar, o modo bonito que têm de encarar a vida e os problemas, afinal, por problemas elas já passaram e viram que existe muito além disso.

Diz a sorte do Orkut: "Simplicidade de carater é o resultado de uma reflexão profunda". Então por que não basta refletir na vida real? Por que a gente tem que sofrer pra aprender de verdade? Por quê? Por quê? Por quê?

Se ouvir nos bastasse, lançaria aqui um conselho: ouçam os conselhos que são dados. Mas eu sei que é difícil... eu só vou saber que a tomada dá choque quando eu colocar meu dedo lá, certo? Ou não, se eu refletisse, como manda o sábio Orkut. Mas pensar é um assunto sério, implica um esforço que a cada dia estamos menos dispostos a fazer...

Mas o certo é que um dia - ah, um dia! - aprenderemos. Não cabe a mim julgar se cedo ou tarde, mas eis que numa noite fria (ou numa manhã de sol, ou numa tarde cinzenta...) colocaremos o dedo na tomada. E, então, seremos pessoas melhores.

(Obrigada, Fabi. Por tudo, por ser quem tu é, saber quem eu sou e - mesmo assim -estar sempre ao meu lado.)


quarta-feira, 18 de junho de 2008




e mesmo assim vale tanto!

domingo, 15 de junho de 2008

Noite de Domingo

Enquanto converso no msn, leio alguns textos e penso na vida, tomo um chá.


A caneca ao meu lado, fui pegá-la para tomar mais um gole do chá já frio e me deparei com o vazio - a "alça" estava pro outro lado.


Minha vida é exatamente assim... passo tanto tempo olhando pra frente (ou seria pra trás?) que esqueço do que está ao meu lado e, quando lembro, faço tudo errado.


É como se eu sempre desse de cara com o vazio, não importa o que eu faça ou quanto eu me esforce.



Ah, minhas noites de domingo: o chá, o vazio e a decepção.

segunda-feira, 9 de junho de 2008

Falar demais quando não se tem nada a dizer.

É engraçado até.
Esses dias minha amiga falou pra um cara que ela conheceu na noite "Fica quieto se tu não tem nada de bom pra falar!". Eu e a outra amiga nos olhamos no maior estilo "Que horror, por que ela foi dizer uma coisa dessas?!".

Mas, na verdade, ela estava absurdamente certa! Quantas vezes não paramos quietos um segundo, jogando nossas opiniões sem agumentos tão válidos pra cima dos outros... é até irônico que eu faça Comunicação Social e esteja pregando uma coisa dessas. Mas é sério. Por isso que eu não tenho essas frescuras "Só adiciona com scrap" no Orkut e coisas assim, se é pra deixar algo idiota é melhor que nem deixe nada mesmo.
E o mesmo funciona com músicas: "Ele não monta na lambreta/Ele não monta na lambreta/Ele não monta na lambreta".... poxa, pessoal, se é pra cantar uma coisa idiota dessas, não cante!

Talvez eu ande chata demais ou eu seja uma idosa precoce... mas não aguento mais pessoas sem conteúdo, que acham que os livros do vestibular (os quais leram um resumo na internet) sejam o ápice da cultura. E começo aqui uma campanha: "Onde as pessoas legais se escondem?". Eis um dos meus maiores questionamentos! Não que eu seja genial. Mas às vezes dá vontade de sair pra tomar um café, discutir teorias talvez infundadas e rir... Ah, eu conheço várias pessoas que podem me proporcionar isso, mas são tão poucas considerando o tamanho do mundo! Chega de gente "oca" na minha vida! (Aliás, acho que eu aboli essas faz tempo, estou só oficializando...)

E o que eu fiz nesse post? Falei, falei, falei... enfim, eu transmiti alguma mesagem?
Ah, que raiva, eu sou mesmo uma contradição.
"O tempo não cura tudo. Aliás, o tempo não cura nada, o tempo apenas tira o incurável do centro das atenções."
[Martha Medeiros]

A frase mais pertinente que li nas últimas semanas.