sábado, 23 de agosto de 2008

Ordem no tribunal!

É tão comum julgar as pessoas: por erros, acertos, indecisões. Como ela está gorda, olha o que ela fez, ela faz de propósito, ela é irônica... Mas nos esquecemos de que 'ela' é como 'eu'. Embora eu nunca usaria a saia verde com o sapato rosa que ela está usando e nunca dançasse daquele jeito que ela está dançando, ela está no direito dela e eu não estarei no meu ao utilizar dos meus conceitos (que provavemente são diferentes do dela) para falar ou até mesmo pensar algo.
A verdade dói. Por isso às vezes não queremos ouvi-la, preferimos continuar vivendo no palácio das mentiras. E então vem alguém que se acredita muito superior para dizer e fala: fala tudo, aquilo que tu faz e aquilo que tu não faz de certo e errado. Mas o que é o certo? E o errado? E, por fim, o que é a verdade? Acredito que exitam muitas verdades, porque a vida tem muitos lados.
Fácil é julgar os outros. Difícil é tentar entender o que levou determinada pessoa a agir de alguma forma; aliás, acho que nunca conseguiremos plenamente, porque certas coisas só a prórpia pessoa sabe. Mais difícil ainda é pensar um pouco sobre si mesmo. Sentar na cama e lembrar daquela vez que usou uma blusa amarela e uma calça vermelha, ou, então, lembrar de nada parecido, mas de situações em que não agimos tão bem como cobramos dos outros.
E não adianta quando falam para ela, após todos os olhares tortos: "esquece". É como um tribunal, todos estão a julgando. E não adianta pedir para o júri desconsiderar, porque aquilo que é dito e escrito - mesmo quando tentamos não lembrar - dói e continuará doendo, pois no fundo ela nunca conseguirá esquecer.
A menina que está ali dançando daquele jeito, que todo mundo julga uma idiota, não quer que a aplaudam, só quer que a respeitem. Sem julgamentos.

domingo, 17 de agosto de 2008

O tempo passa, passa a me fazer bem o tempo.

Hoje eu fui a uma festa. Uma dessas festas que a gente não espera muito: com nossos pais, com gente desconhecida, fazer aquele social insuportável - que não combina nada comigo - sorrir para responder ao "como tu cresceu!", sentar de um jeito bonito e cumprimentar todo mundo. Enfim, após o ritual "parabéns pela festa, está linda!", beijinhos, beijinhos, beijinhos (são dois ou três afinal?), sorrir, sorrir, agradecer, "quanto tempo!", eu finalmente sentei. Procurava um local estratégico, onde ninguém ficasse me assistindo durante o jantar e etc. As mesas eram para mais pessoas e - que alegria! - caí justamente na mesa dos padrinhos da aniversariante, mas que beleza, agora sim vou passar a noite toda atordoada com flashes esporádicos.
E toda aquela gente bonita, bem vestida (ou nem tanto), e eu lá, me sentindo um et, como sempre. Porque uma roupa maravilhosa e uma maquiagem impecável podem fazer com que eu me junte à massa idêntica, mas eu sempre sei que é diferente. Eu sei da dor, e que dor que eu sentia. Embora eu me despedace, o sorriso continua no lugar, intacto.
Começo a conversar com minha mãe: as luzes, a decoração, as pessoas. E, então, eu vi. Aliás, ela me mostrou: "olha ele, Ângela, tu te lembra?". Ah, eu me lembro sim. Lembro de tantos anos atrás, quando uma criança deitava e o via nos sonhos, sonhava que ele pegasse a sua mão e - quem sabe um dia - ligasse pra sua casa, porque ela achava que ele era exatamente o que precisava, além de algumas bonecas e o primeiro sutiã, que ela tinha ganhado uns dias atrás.
Ele não reconhece, eu também não teria se não fosse minha mãe. O tempo passou, mudou tudo que sequer existiu. A namorada dele é bonita, mas vou querer lembrar de como era anos atrás: o uniforme do colégio, a correria - não esse rapaz de terno da mesa aqui perto, um entre tantos outros.
Não quero dar oi, não quero que ele me veja. Eu volto a sorrir, só que agora é sincero, é de verdade. Obrigada, bela noite, alguns pedaços de mim voltaram. Lembrei que eu sei sonhar, sei sentir... e talvez algum dia eu saiba amar.
O garçom passa, peço um drink. Já não me importa mais a câmera, as pessoas, os padrinhos. Eu me sinto feliz, simplesmente respondo: "lembro sim, mãe. Como ele cresceu."

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Morram, sonhos.

Eu não quero só matá-los, meus queridos. Quero torturá-los, sufocá-los. Quero que sintam dor antes de se acabarem por completo. De novo! Porque vai ser assim cada vez que eles voltarem a habitar minha mente, deixando-me feliz.
Está decretado o fim do brilho nos olhos e das bochechas vermelhas, que tentam vir dos meus 12 anos para me assombrar. Eu venci.

Hoje encontrei no armário aquela velha armadura. Deixei ali fora arejando, mas acho que ainda serve e logo mais eu volto a usá-la.


Quanto vale a liberdade?
Eu pago vivendo sem sonhos, sem preocupações.

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Dancing With Myself e as Olimpíadas



Hoje pela manhã eu estava vendo a abertura dos Jogos Olímpicos, um momento caro, um tanto quanto inútil e, principalmente, lindo.

Eu costumo achar tudo bonito na vida: animais, pessoas, ruas... todas as coisas possuem algum encanto para mim, entao imaginem as coisas realmente feitas para impressionar, para serem maravilhosas.

Estava tudo perfeito, emocionante, e então surgiram algumas "fadas voadoras", as quais eu julgo que foram a parte mais bonita dos poucos minutos que pude assistir. Eu e minha amiga já comentávamos o quanto queríamos estar lá, participando, porque deve ser uma sensação inexplicável fazer parte de algo tão grandioso, mas - enfim - as fadas chinesas, lindas, abanavam.


"Elas estão acenando para o mundo todo": foi uma frase idiota até, mas me fez pensar demais. É, é isso - quero dar oi a todo o planeta. Oi, eu estou aqui, eu sou como vocês. :)


...if I had the chance, I'd ask the world to dance!

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

Estar feliz

Sentado ou caído não dou mais ouvidos a quem vem me incomodar

Não agüento mais esse cheiro impulsivo de inveja no ar

De noite ou de dia as pessoas tão frias que fingem não se importar

Passam a vida inteira triste e vazia esperando ela acabar

Mas se não quiseres sentir mais frio, conversar sobre como sentiu

Quando outra dose de whisky gelado chegou a sua mesa e eu sentei ao seu lado

E fizemos um brinde a tudo que é bom

Refrão: São quatro horas, em casa não quero chegar

Sua cama ou a minha, só quando o papo acabar

Não tem mais volta chegou a hora de deixar tudo rolar

Quando quiser conversar, me encontre nessa mesa de bar

Filosofando ou você reclamando de como não da pra agüentar

O seu ex-namorado que fica ligando só pra te incomodar

Discos e livros, seu ator favorito ou sobre como é bom “viajar”

E como se chega até o infinito mesmo sem sai do lugar

Mas se precisar de companhia, seja de noite ou seja de dia

Eu pago outra dose de whisky gelado, acharei sua mesa e sentarei ao seu lado

E faremos um brinde a tudo que é bom

[Mesa de Bar - Kevin]


A minha música de aniversário. Mas poderia ser a da vida.



É incrível... me sinto cercada de gente boa, finalmente!

"Bêbados amam todo mundo."

"Ou odeiam."


Ah, eu amo muita gente às vezes (: