terça-feira, 21 de abril de 2009

Espero que você nunca sinta isso

isso, minha filha, que me faz perder a fome e a dignidade.
Nunca sinta essa dor insana a cada mesa de bar que dividir, cada gole da cerveja que tomar - a dor que crava facas pelo corpo, mantém as memórias vivas e aquele sentimento morto. Que as lágrimas brotem de teus olhos, filha, por motivos maiores que este, por momentos melhores que noites assim. Noites em que nem shows, nem álcool, nem cigarros têm importância. Porque a razão de tudo que se faz e pensa está ali na mesa ao lado, rindo com outras mulheres.
Espero também que nunca sinta, filha, todo esse amor. Amor que aperta o peito e deixa sem fala, sem saber o que fazer ao ouvir o 'oi' sem graça e sem cor. Espero que não sinta essa coisa doentia, quase que obsessiva, que faz com que músicas tenham outro significado e beijos sejam como explosões. Espero que você ame muito, mas que também seja amada. Que tenha explosões de felicidade, não de paixão e ódio.
Espero, minha filha, que você nunca sinta coisas tão doentias e intensas como eu. E que por isso não escreva em guardanapos de boteco como sua mãe faz agora, com uma cerveja já quente como companhia.

2 comentários:

Caroline Abreu disse...

ameei!!!

Ana f disse...

Lindo, magavilhoso, incríveel!

Sumi de blog, cansei de blog e blogs, falar de amor só me faz pensar em amor e amor, no momento, não me lembra pessoas de quem deva lembrar... enfim...

:*, não suma, como eu :)