quinta-feira, 11 de junho de 2009

Existem dores de todas as formas e intensidades. Existem, ainda, dores que superam as próprias dores. Nelas, não é a maquiagem acumulada de tantas noites que faz o olho doer, não é a bebida de ontem que faz a cabeça explodir, nem o vento que faz com que o corpo trema de frio: damos então boas vindas à dor na alma.
O pior de tudo é quando a dor não grita, é quando ela fica calada, comendo cada pedaço do ser. É quando não se tem forças para agir e ninguém estende a mão. É quando tudo desmorona bem na nossa frente, no copo de martini. É quando se vomita e não se pensa 'nunca mais vou beber', mas 'preciso de mais um drink'. É não saber mais pelo quê se chora.
Dói dos fios do cabelo aos dedos do pé. Dói tudo e dói cada parte do corpo e da mente, é a vida que dói junto. E os melhores amigos passam a ser a caixa de lenços e um tarja preta, porque a gente não quer - a gente não pode mais - ficar sozinho.

Um comentário:

Amanda Costa disse...

mais um dos teus textos lindos, adorei!