quarta-feira, 24 de setembro de 2008

Sobre escrever e sentir


Escrever pode ser um hábito, uma obrigação, um prazer... enfim: pode muitas coisas, talvez todas elas juntas, depende o momento. Falo aqui da escrita que não nos é imposta, como estas palavras aqui soltas - por exemplo.
O fato é que nem sempre escrevemos bem (ou mal), e isso é determinado por um conjunto de elementos. Ok, é só uma teoria, mas dificilmente mudarei de idéia.
Já dizia minha vó que o amor é cego. Mas digo mais: os sentimentos nos cegam. Não só o amor, mas a alegria, a paixão e até mesmo a tristeza podem nos fazer fechar os olhos. Tomemos a alegria como exemplo: uma pessoa feliz vê o lado bom de quase todas as coisas e consegue ignorar detalhes irritantes de tudo. É muito provável que seja justamente por isso que ela é feliz, tudo bem.
Mas eu sou uma pessoa estranha e hoje cheguei à brilhante conclusão de que eu não nasci para a felicidade. E acredito até ser uma coisa boa: adoro esse estado de permanente indiferença, quase melancolia, que me consome desde sempre. É por ele que sou quem sou - provavelmente uma pessoa chata. Mas não é culpa minha nunca estar tão feliz que consiga ignorar das pessoas com tiques irritantes àquelas que dormem nas ruas. Na verdade, passo alguns dias felizes, sim. Mas eles logo acabam, daí volto a postar.
Hoje, lendo no ônibus, deparei-me com a frase:
"Não é uma questão de energia, disse a mim mesma quando a deixei: eu não
poderei
viver sem escrever"
(A Mulher Desiludida - Simone de
Beauvoir)

Excelente autora e título feito para a minha pessoa, só pode.


Continuem sentindo! Deixem o mundo em cinza para mim, nunca me acostumei com as cores.

Um comentário:

Não chorar, não sentir, não amar disse...

hum. adorei o blog.
acho interesante conhecer novas pessoas, conhecer as pessoas.
nao tinha conhecido alguem como vc.
mas sinto que tudo que vc escreve é sobre o que vc pensa, como vc enfrenta o mundo. isso é adimiravel.