domingo, 21 de setembro de 2008

Sobre os fins e reviver

Há alguns dias uma máquina aceleradora de partículas foi ligada, em uma tentativa de recriar o fenômeno do Big Bang. Muitas foram as críticas e até casos de suicídio foram registrados devido ao temor. Enquanto falávamos sobre isso em uma aula e todos diziam o que pensavam, lembrei novamente de algo: criticar é muito fácil. Dentre alguns rabiscos em meus caderno, lê-se: medo do novo x desejo do passado. Hoje, ao reencontrar a tal folha de caderno, pensei mais um pouco sobre isso.
A questão central não é o experimento - realmente, o mundo poderia ter acabado. Seria culpa de cientistas? Mas e nós que não somos cientistas? Não arriscaríamos para reviver certos momentos? Voltar uma única vez àquele show maravilhoso, àquela medalha de ouro na sexta série, àquele dia em que ele pegou nossa mão no cinema,...
Há horas em que eu construiria qualquer máquina, de qualquer tamanho, assumindo qualquer conseqüência, só para voltar àquele dia - e não faria nada diferente. Talvez reparasse mais nos olhos, nos gestos. Só para ter certeza se as palavras eram sinceras, já que delas eu lembro bem (ah, por que dou tanto valor às palavras?).
Enquanto não temos máquinas, não temos opções: sorrir, amar, viver... como sendo a última vez.
E - caso um dia inventem a máquina que eu tanto desejo - ai de quem falar que será o fim do mundo. O fim do mundo é deixar de sorrir.
medo do novo x desejo do passado...
...mas, Ângela, você não pode querer o que passou.

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