sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

A gente se fala!

Ela me provoca, me deixa louco! E só porque eu sei que ela não pode... Senta no meu colo, quer fazer trabalho em grupo. Coitado do namorado dessa menina, o cara é tri gente boa e ela fica fazendo isso... e eu tentando me controlar.
Eu tava dormindo quando ela apareceu lá em casa, pedindo ajuda, tava com uns problemas. Pô, só o que me falta ser treta com o boy - nem quero ouvir isso aí. Mas era uma merda em casa, brigou com a mãe. Ficamos vendo uns vídeos engraçados, só de ver esse sorriso até valeu apena colocar minha calça e levantar da cama. "Tava dormindo, né? Trabalhou até tarde?" É, era isso mesmo... semana horrível essa, só me incomodei. "Hm, não me importaria se tu tivesse sem as calças". Começou. Essa louca desvairada acaba de iniciar o ataque - me deixa louco! Dou aquela risada sem graça, por que diabos ela não pára de me sacanear?
Ela começou a ler uns e-mails, vou voltar a deitar. "Não, não vou dormir, pode ir conversando", "Já tirou a roupa?". Porra, ela fala como se fosse engraçado. É esse jeito de falar tudo brincando que me confunde, pô, o namorado dela é legal, jogamos futebol esses dias. Ela nem faria nada, é só pra provocar. Cadela!
As teclas pararam de fazer barulho na sala, algum vídeo deve estar carregando. "Vem cá!". Puts, olha como ela me controla. Levantei da cama e fui mesmo, vai saber o que ela queria. Nem terminei de entrar na sala e já me jogou no sofá, depois no chão. Me fez ligar pro trabalho, vou me atrasar aí. E ainda mandou uma mensagem pro namorado, a cretina! Não senti o doce, a leveza. Na verdade, senti o que espero sempre: o gosto de carne, o suor, o ímpeto. Não mais que três beijos são necessários para que estejamos sem roupas, no chão, aos gritos. A gente rola, briga, se ama. Não é amor, é sexo. Essa cachorra só me quer pra isso mesmo - e tem o descaramento de fazer declarações no meu ouvido. Eu não quero escutar, não quero acreditar, só quero continuar a vida toda no chão da sala, com fúria. Mas não podemos: tenho que trabalhar e ela tem uma janta.
"Aconteceu..."
"...de novo."
"Mas foi a última vez, tu sabe que eu não posso"
"É que a culpa é só minha, né..."
"Não é isso"
"Tá, vou trabalhar"
"Eu te ligo..."
"Tá, que seja. A gente se fala"

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