domingo, 4 de janeiro de 2009

Para não fugir do óbvio: a viagem - parte 1

Tantas, tantas, taaaantas coisas nos últimos dias. Meu bloquinho inseparável voltou cheio de idéias.
Acabo de chegar na cidade vazia e vim direto pro trabalho, que raiva. Lembrei do tempo que passava o verão todinho na praia - e reclamava. Eu não gosto de calor, nem de praia. Mas dos males o menor: antes verão+praia do que verão+trabalho. Como eu 'não posso' escolher, eis me aqui.
Todos os anos da minha vida, ficava indignada com o bando de gente que invade as praias na semana do Natal ao Ano Novo - aff, gente pobre! Que máximo, agora sou um deles! E já que pertenço ao clube, executei minhas tarefas direitinho, como (não tão) rapidamente tentarei descrever.
Passagem comprada pra sábado, 17:30. O trabalho no sétimo dia vai geralmente até 14:30, uma maravilha! Trouxe a mala e deixei com o - querido! - porteiro, assim quando eu saísse nem tinha que passar em casa, ia direto num churrasco de um amigo e depois pra rodoviária, teria tempo suficiente. OBA: Israel atacou a galera e quem se fodeu fui eu junto! Mas que legal é ficar vegetando no jornal no único dia que eu tinha pressa, valeu aí Gaza! 15:15 fui pro aniversário, é uma maravilha não comer carne num churrasco. Não que eu tivesse fome, mas 'hoje tu vai comeeer' e 'só um salsichão' são frases chatas e nada engraçadas, anotem! O que resta é beber e rir, sem perder a hora. Quem disse que o táxi chega? 17:17: 'vai voando, moço!'. Não era pra ele levar a sério, acho. Fui com o coração na mão, enquanto ele ultrapassava os sinais vermelhos. Chegando na rodoviária, eeeta tranqueira! Que legal que toodo mundo viaja de ônibus, saí correndo com uma mala gigante em busca da tal plataforma sei-lá-que-número. Consegui!
E o ônibus? Adóóóóóóóro pinga-pinga! Detalhe: eu sempre durmo em viagens. Estava sonhando antes do ônibus arrancar, com um simpático velhinho no banco do lado, mas não sem antes implorar 'por favor, me liguem daqui 3 horas, senão vou perder a parada'. No maior sono e alegria do mundo, a viagem seguiu. Eu estou numa nuvem fofinha, vou voando... tudo tão calmo... de repente as nuvens me dão choques no cotovelo! Choques intermináveis! Acordo desesperada: um senhor CUTUCA meu cotovelo insitentemente - 'sua passagem, senhorita'. Caralho, já não dei a passagem lá na frente? Raiva, raiva, raiva!
Já acordada, resolvo ir ao banheiro, a cerveja toda pedia pra sair. Que coisa péssima é banheiro de ônibus! O drama começa em chegar lá no fundo, com o transporte pulando de tanta buraqueira - maravilha de estrada desse Brasil! Tudo certo, volto e cochilo mais um pouco. 'AAAAAAAAH! AAAAAAAAAH!'. Não, Israel não atacou o ônibus também, é só uma criança no banco do lado berrando. O que os pais fazem?
a) 'Fica quietinha, filha'
b) 'Para, filha!!! Tá acordando as pessoas'
c) dão um safanão
Resposta: nenhuma das alternativas. Os infelizes APLAUDEM a criatura que me acordou, mesmo diante do meu olhar de ódio. Resultado: resto da viagem aos berros! Elaiá, que beleza! A propósito: o homem do meu lado sumiu, agora o banco é ocupado por uma moça loira. Por que eu não vi isso? Será que o velhinho foi só uma ilusão?
De qualquer forma, horas depois eu cheguei num lugar nunca visto. 'Rodoviária de X', berrou o elemento que antes me acordou. Peraí. Eu veraneio em X há anos, a rodoviária não é aqui. 'É aqui sim, blablabla'. Enfim: saí do ônibus, né, mesmo sem ter a menor idéia de onde eu estivesse.
Adoro essa vida popular!
Sobre as noites e outros fatos, esvrevo em outros posts.
Em tempo: a rodoviária mudou e, aparentemente, só eu não sabia.

Um comentário:

Fernanda disse...

"Sobre as noites e outros fatos, escrevo em outros posts."

fernanda loouca para saber =]

adorei o post

beijo grande! =D