quinta-feira, 17 de dezembro de 2009
Família
- Ah... essa aqui ele não usa mais faz tempo, nem entra mais... Ele agora gosta só dessas com gola assim, olha
- Uhum. São bonitas também.
Sabe, já faz tempo - bastante tempo - que fui embora. Não vi as camisas fugirem do corpo, nem a namorada chegar. Não ouvi a música alta que incomodou os vizinhos e não comi o chocolate que tu diz ser o melhor. Não estive aí pra ver teu salto na piscina, nem pra bater palma quando te entregaram a medalha dourada. Fiquei sabendo que começou a trabalhar, mas não pude te ver chegando em casa cansado do trabalho e mesmo assim indo jogar futebol.
Mas todos esses dias, de todos esses anos, o que mais doeu foi não estar aí pra te dar um beijo. Um beijo todos os dias, de todos esses anos, e dizer o quanto te amo.
sexta-feira, 13 de novembro de 2009
domingo, 4 de outubro de 2009
†
Agora janto um sanduíche e a única voz que ouço é a do moço da TV.
terça-feira, 1 de setembro de 2009
Bom dia
No dia em que eu acordar e não te encontrar ao meu lado, vou ficar te procurando entre os lençóis e te chamar. E aí tu lembrará de como eu morro de rir quando me faz cócegas e do meu jeito dengoso de não querer levantar da cama. E eu estarei pensando simplesmente em ti. E nas tuas pantufas espalhadas na sala.
Em meio aos meus pensamentos, tu entrará no quarto sorrindo, recém saído do banho. Me dará um beijo de bom dia e eu lembrarei de todos os beijos de bom dia já dados. E dos muitos que ainda espero.
quinta-feira, 13 de agosto de 2009
Os dias serão sempre assim - mas cada dia será melhor
O sol estará levantando, anunciando um novo dia de trabalho.
Eu estarei na cozinha, guardando a louça do jantar enquanto preparo o café quentinho.
Você estará na cama, se enrolando pra levantar, enquanto grita perguntando se a água do chuveiro está do jeito que gosta.
sexta-feira, 10 de julho de 2009
...
Já te disse o que eu mais gosto em ti? Não são esses teus olhos brilhantes, nem tua boca vermelha. É o teu cabelo. Teu cabelo que, como o meu, sempre tá diferente, curto, comprido, colorido. Gosto de ver como ele se move quando tu dança, no mesmo ritmo do teu vestido vermelho.
...
Sabe, às vezes eu penso que tudo seria mais fácil se eu me jogasse no lago, mas eu não sei se sou capaz de nadar nessa água tão fria.
terça-feira, 7 de julho de 2009
quinta-feira, 25 de junho de 2009
álbum/coleção/pri
Nunca vi sua capa, pois em momento algum eu pude fechá-lo, parece que estou sempre em busca de mais decepções para a coleção. Ao contrário dos outros álbuns, que tenho como um troféu, este eu gostaria de apenas esquecer. Mas como esquecer as figurinhas que tanto marcaram, que tanto sofremos para conseguir, como as insígnias brilhantes do Pokémon ou os sapatos da Barbie?
A gente não esquece. E volta e meia - assim, quando tudo parece tranquilo - o álbum sem capa dança bem na nossa frente, mostrando aquele narizinho gelado e o teu jeito único de correr, só para provocar. Não que precise, pois não passa um dia sem que eu me lembre daquele seisdejunhodedoismilecinco. E de um corpo do chão. E já faz mais de 4 anos...
quinta-feira, 11 de junho de 2009
O pior de tudo é quando a dor não grita, é quando ela fica calada, comendo cada pedaço do ser. É quando não se tem forças para agir e ninguém estende a mão. É quando tudo desmorona bem na nossa frente, no copo de martini. É quando se vomita e não se pensa 'nunca mais vou beber', mas 'preciso de mais um drink'. É não saber mais pelo quê se chora.
Dói dos fios do cabelo aos dedos do pé. Dói tudo e dói cada parte do corpo e da mente, é a vida que dói junto. E os melhores amigos passam a ser a caixa de lenços e um tarja preta, porque a gente não quer - a gente não pode mais - ficar sozinho.
quarta-feira, 3 de junho de 2009
Eu escrevo
Por dias estive pensando: por que, afinal, eu escrevo? Não buscava uma resposta bonita para justificar os poemas nos guardanapos de bar, mas algo verdadeiro. E, certa madrugada, ela veio: eu escrevo porque sinto.
Sinto o calor do sol e a dor do corte. Sinto o cheiro das rosas que ele enviou e a saudade de minha casa. E sinto muito por ter errado. Nas vezes em que não consigo falar o que estou sentindo, me consola poder escrever. Então escrevo que a luz do dia me faz feliz e que adoro o jeito que ele me olha. E escrevo cartas de perdão.
Escrevo porque sou feliz e sou triste, porque sinto coisas demais e não sei separar. Porque, no fundo, espero que as palavras me façam compreender o incompreensível. Façam com que a dor cesse e o amor se multiplique. Escrevo porque sinto e sou. Eu dou vida aos meus pensamentos com a ponta de um lápis e é isso que me faz existir. Existir além do senso comum, ser o pai que perde a filha e ser também a princesa apaixonada. Ser a trapezista que sonhei na infância e ser o cachorro que não tenho. Ser a menina que quer mudar o mundo e ser o garoto apaixonado pelo melhor amigo. Ser tudo e todos por algumas linhas, alguns parágrafos. Porque, no fundo, eu não sei quem sou. Porque eu sou o que penso. E cada uma das palavras que escrevo são uma parte de mim.
Escrevo porque sou as personagens que crio e sou as lágrimas que deixo cair sobre o papel.
Eu escrevo para viver.
[Publicado originalmente em: http://clubedaescrita.wordpress.com/2009/04/27/eu-escrevo/]
sexta-feira, 29 de maio de 2009
Sobre levar as malas pro fusca lá fora
As paredes não falam, mas eu posso ouvi-las contando histórias de dias que passaram e pessoas que também se foram. As manchas roxas na parede riem lembrando dos fins de semana com os amigos e o vinho; o espelho do banheiro poderia fazer minha maquiagem; e o canto do que era meu quarto é testemunha de noites de lágrimas e - principalmente - risos.
Doi arrumar as malas, mas tirar as fotos das paredes me faz mais feliz. Aqui ou onde quer que eu vá: não as fotos, mas vocês vão junto comigo.
(Siga onde vão meus pés
Porque eu te sigo também)
quarta-feira, 6 de maio de 2009
colapso
mas olho para a frente e - embora seja noite - vejo o sol. penso na voz que me fará dormir e nos pés que aquecerão os meus logo mais: não importa quantos dedos eu tenha colado com superbonder, eu estou feliz.
sexta-feira, 1 de maio de 2009
mais um bilhete
terça-feira, 21 de abril de 2009
Espero que você nunca sinta isso
Nunca sinta essa dor insana a cada mesa de bar que dividir, cada gole da cerveja que tomar - a dor que crava facas pelo corpo, mantém as memórias vivas e aquele sentimento morto. Que as lágrimas brotem de teus olhos, filha, por motivos maiores que este, por momentos melhores que noites assim. Noites em que nem shows, nem álcool, nem cigarros têm importância. Porque a razão de tudo que se faz e pensa está ali na mesa ao lado, rindo com outras mulheres.
Espero também que nunca sinta, filha, todo esse amor. Amor que aperta o peito e deixa sem fala, sem saber o que fazer ao ouvir o 'oi' sem graça e sem cor. Espero que não sinta essa coisa doentia, quase que obsessiva, que faz com que músicas tenham outro significado e beijos sejam como explosões. Espero que você ame muito, mas que também seja amada. Que tenha explosões de felicidade, não de paixão e ódio.
Espero, minha filha, que você nunca sinta coisas tão doentias e intensas como eu. E que por isso não escreva em guardanapos de boteco como sua mãe faz agora, com uma cerveja já quente como companhia.
quinta-feira, 2 de abril de 2009
obrigada por mais um dia
Abri e fui tomada por um sentimento estranho ao olhar o papel do bombom, o elástico e a palheta. Peguei cada um deles com carinho, como se mexe em algo muito importante... preciosidades, raridades talvez (seriam o meu tesouro?). Não pude conter uma lágrima quando encontrei o guardanapo no fundo da caixa, nem precisaria ler, porque aquelas frases nunca saíram da minha cabeça...
Recomposta, guardei tudo delicadamente... pois, agora, tudo iria para o seu lugar: os velhos sentimentos devem ser descartados.
Com a caixinha roxa nas mão, caminhei em direção ao lixo. Em sua frente, mudei de ideia. Coloquei a caixinha de lado, arranquei meu coração e o lancei no cesto imundo. Parabéns para mim!
quarta-feira, 25 de março de 2009
Comprei felicidade a prazo e não tive forças para pagar
sexta-feira, 20 de março de 2009
O sol que voltou a brilhar - e espero que nunca pare
:)
terça-feira, 17 de março de 2009
as luzes da cidade
Quinze anos depois, Marina vive tudo isso de novo. No meio de tantas luzes descaradas - comuns na sua vida - encontrou um vagalume. Tão bonito, tão diferente de tudo, de todos. De sua cadeira nos fundos da sala, Marina se sente como no degrau de tanto tempo atrás. Só observa. E sorri.
(o brilho nos olhos é o mesmo)
domingo, 1 de março de 2009
escolhas
a parede branca nunca pareceu tão suja
quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009
essa é a luz que eu preciso...
Não muito longe dali, na beira da praia, as moradoras correm, gritam, riem.
Longe de tudo e de todos, as 4 vivem.
Por que não pode ser assim para sempre?
sábado, 21 de fevereiro de 2009
uma menina saudável
Seus cabelos são vermelhos, assim como as flores que nunca recebe (e continua esperando). Faz falta a ela o calor, o fogo, o arrepio que provoca um carinho, sabe?, a sobremesa. Mas ninguém precisa de sobremesa para sobreviver, embora seja muito difícil resistir sem o almoço... E é como se servissem seu prato repetidas vezes nas refeições. 'Não, obrigada, não quero mais, não AGUENTO mais'. Mas o amor não correspondido ignora e continua a crescer na panela.
E ela não consegue dizer não, não resiste a um pouco de insistência... 'toma vai, toma mais um pouco'.
Toma no cu, isso sim.
sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009
sei que me viu passar
sábado, 7 de fevereiro de 2009
esperança
espero pelo fim do expediente, resultado do exame, alívio pra dor, cessar da chuva, começo do filme, cair da lágrima, nascimento do filho, retorno dos pais, início das aulas, festa da noite, final do livro.
mas tudo que eu queria mesmo é um telefonema.
que não vem.
sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009
Sobre o fim do amor - um rascunho
quinta-feira, 29 de janeiro de 2009
Cicatriz
quinta-feira, 22 de janeiro de 2009
Verde e roxo
sexta-feira, 16 de janeiro de 2009
Post nostálgico e emo sobre uma das melhores pessoas que conheci

A foto é velha (2006?), os sentimentos que a acompanham são antigos também. Cara, encontrei o fotolog dela - abandonado - e agradeci à tecnologia! Obrigada internet, que vai registrar pra sempre (?) momentos assim. Não que eu não vá lembrar, mas aprendi a não confiar muito na minha memória.
Ainda hoje lembro do frio, das bolas de neve e do abraço. Da Fer tirando a foto e a gente ali! Acho que nem se a internet for infinita caberiam todas nossas histórias. Ou todo meu sentimento.
É uma amizade que não acaba nunca e aumenta a cada dia! E é também um orgulho, um respeito, uma admiração eterna!
Vendo as fotos tão velhas no flog, senti um aperto no peito, uma saudade tão grande! Lembro do medo que tinha ao começar a virar 'gente grande', não queria perder minhas amigas! E tu, Fabi, é o maior exemplo de que isso não acontece, quando a amizade é verdadeira. E esses km que nos separam, nos tornaram ainda mais unidas, mesmo que a gente não possa mais dar todo dia esse abraço apertado!
De qualquer forma, por todos esses anos, já tentei diversar vezes expressar em palavras o que eu sinto e penso. Eu sempre falho miseravelmente.
Finalizando: a foto? A gente como tem que ser: juntas. Juntas no bar, na praia, na chuva, na calçada, no posto, na náááiti, na neve e certamente no fogo do inferno. (haha)
Te amo, melhor amiga!